sábado, 4 de abril de 2015

Giselle Itié fala de religião,vaidade,amor e filhos.

A Bíblia não é o livro de cabeceira de Giselle Itié, que vive Zípora, mulher de Moisés, em ‘Os Dez Mandamentos. Religião, a atriz, de 33 anos, não tem. Mas a fé falou mais alto em fevereiro de 2014 quando ela sofreu um grave acidente na Tailândia durante a sua lua de mel, poucos dias após se casar com o ator Emílio Dantas, que faz o cantor Cazuza no espetáculo ‘Cazuza Pro Dia Nascer Feliz, o Musical’.

“Eu rezei à Nossa Senhora de Guadalupe, que é mexicana, para pedir proteção. Foi muito louco. Há muito tempo que eu não rezava”, confidencia. Giselle estava na direção da moto quando bateu na traseira de um carro. “Meus óculos foram parar no volante do táxi, meu rosto atravessou o vidro. Só fiquei com um sorriso (cicatriz) no joelho e um pino no pulso, então não aconteceu nada, está tudo ótimo. Naquele pancadão, poderia ter acontecido um monte de coisa ruim. Na verdade, foi um puta presente que recebi. Acho que foi das amigas que não foram convidadas para o casamento”, brinca.

'Gosto de acender um incenso em casa e de tomar um banho de sal grosso quando acho que a energia está carregada', diz a atriz.

Ou, quem sabe, ajuda divina. Giselle tem um jeito particular de se proteger espiritualmente. “Não sou uma pessoa religiosa, mas creio muito em ação e reação. Acredito que, se eu olhar para você e sorrir, você vai olhar para mim e me dar um sorriso. Mas, se não der também, o problema é seu (risos). Acredito que a energia que você dá para as pessoas é o que você vai ter de volta. Também gosto de acender um incenso em casa e de tomar um banho de sal grosso quando acho que a energia está carregada. Mas estou numa fase muito boa”, revela.

Intérprete da Zípora, que entra na terceira fase da trama para viver uma história de amor com Moisés (Guilherme Winter), Giselle está muito à vontade ao contar uma história épica passada em 1.300 a.C. O motivo? Uma grande identificação com a personagem nada feminina, conhecida por ter um ar selvagem. “Zípora é uma mulher que contesta, que questiona o papel da mulher num tempo muito distante. Ela é prática, e isso se dá porque perdeu a mãe cedo e foi para a rua caçar, pastorear, pescar, enfim, buscar o sustento da casa. Eu me vejo na Zípora, também sou bem prática. E, como por trás de um grande homem existe uma grande mulher, ela se casa com o Moisés. Zípora vira a Michelle do Obama, sabe?”, compara, se referindo à primeira dama dos Estados Unidos.

No Livro Sagrado dos cristãos, Zípora é descrita como o grande amor da vida de Moisés, que tem como sua primeira musa a princesa Nefertari (Camila Rodrigues). “A Zípora alimenta o melhor do Moisés. O mais importante em um relacionamento é existir essa parceria, é poder me tornar uma pessoa melhor por estar com alguém e essa pessoa se tornar melhor por estar comigo”, acredita.

E a atriz encontrou isso no marido. “Foi bacana achar uma pessoa que tem o mesmo olhar que o meu sobre a vida. Às vezes, me sentia diferente no mundo. É bom saber que o homem que eu amo acha ótimo me ver largada, fazendo careta, de qualquer jeito”, confidencia.

A ausência de vaidade é outro ponto em comum entre Giselle e a heroína de ‘Os Dez Mandamentos’. “A Zípora não coloca a vaidade como um ponto importante na vida dela, não é um foco. Nem eu. Se pudesse, não colocaria salto alto. Adoro um chinelo de dedo! Em casa, ando descalça 24 horas por dia. Gosto de colocar um vestido soltinho que não aperte a barriga (risos). Sou relax”, frisa. O jeito de ser da atriz, que é mexicana e se mudou para o Brasil aos 4 anos, é o oposto do das mulheres da sua família. “As mexicanas acordam antes do marido para se maquiar, mas eu não uso maquiagem no dia a dia. Quem quer ter uma pele bonita não deve usar maquiagem direto”, ensina ela.

A sensualidade e a beleza de Giselle exalam quase sem querer. Mesmo assim, a atriz jura que não explorar essas características na carreira. Ela comemorou quando foi convidada em 2009 para fazer a protagonista de ‘Bela, a Feia’, da Record. “Quem nunca foi um patinho feio? Eu era dentuça, usava aparelho, era meio gordinha. Além da Bela, ainda teve a Sandra do filme que fiz com o Sylvester Stallone (‘Os Mercenários’, de 2010), que não era nada vaidosa. E agora veio a Zípora, que é masculinizada e grossa”, comenta.

Um jeitinho brusco que a atriz garante ter também. “Ninguém é verde ou amarelo. A gente é verde e amarelo. Tenho um lado grossa. Se alguém vier falar da minha mãe, vou tirar satisfação na hora. Saio do sério se fazem mal para quem eu amo. Sou protetora”, conta. E romântica. “Se eu passo em algum lugar e vejo o chocolate que o Emílio gosta, eu compro. Ele também faz essas coisas. Às vezes, ele escreve ‘eu te amo’ no espelho com pasta de dente”, revela.

Apesar de ter encontrado o amor da sua vida e de ter se casado do jeito que sempre sonhou, a atriz ainda não pensa em ser mãe. “Não agora. Ainda tenho um tempinho para esperar. Não tive crise dos 30, nem essa coisa do útero gritar. Vai ver que eu nem tenho útero (risos). Até então, o tal relógio biológico não bateu. Na verdade, acho que parei no tempo. Eu e o Emílio somos crianças, infantiloides. Já temos duas crianças em casa que somos nós (risos). Ainda estamos crescendo”, avalia.

AS OUTRAS FACES DA ATRIZ

Atuar não é a única área de interesse de Giselle Itié. A experiência de apresentar o ‘Hoje em Dia’ no ano passado, nas férias de Cris Flores, abriu uma nova porta para a atriz. “Estou disposta para a vida. Quero trabalhar cada vez mais, sem barreiras. Já tinha feito o ‘Oi Mundo Afora’ (2005), no GNT, mas um programa ao vivo é bem diferente. Foi muita adrenalina, adorei. Gosto de me arriscar. É bom quando isso acontece, porque parece que a gente dá uma acordada”, diz.

Há três anos, Giselle acordou para outro talento. “Escrevi bastante nessas minhas férias da TV. Fiz uma série de ficção que fala sobre mulheres. Agora, só preciso de dinheiro para produzir, mas, com o momento que o Brasil atravessa, fica complicado. Estou meio desiludida com o país, com o mundo, mas me sinto abençoada por ter essa profissão que me faz sair um pouco do mundo real.”

Fonte: O Dia

por: Joseane

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